Eu E Tu Somos Iguais - Pedro Abrunhosa



Saiu pela noite,

Pelas ruas do Porto,

Procurando os seus olhos

Num copo j morto.

Perdeu-se na vida

Encontrou-a na Foz,

Entre o Molhe e a Avenida

H tanta gente a ss.

E eu e tu somos iguais.

Esconderam palavras

Por trs das palavras,

Disseram amor

Sem se perceberem.

Danaram na estrada,

No asfalto dos loucos,

Entre o cu e o nada

Foram morrendo aos poucos.

E eu e tu somos iguais.

E pediram-se um beijo,

Uma mo que os agarre,

Parados no tempo,

Para que o tempo no pare.

E eu e tu somos iguais.



E quando perceberam

Que a noite era s deles,

Mataram desejos

E rolaram beijos

Colados ao corpo,

Perdidos no cho.



Ento os dois foram um,

E o tempo nenhum

Para o que tinham para se dar,

Pe o teu corpo no meu,

Deixa a noite acabar.



Ento de um fez-se dois,

E o tempo depois

Foi to pouco para viver,

Pe o teu corpo no meu

Sente o meu a amanhecer.



Hei, hei, hei, X 4

Eu e tu somos iguais...



Enrolou um cigarro

Que fumaram a dois,

Revivendo o prazer

Que viria depois.

Beberam olhares,

Lugares de veneno,

Nas paredes do quarto

O mundo to pequeno.

E eu e tu somos iguais.

Partiram no carro

A voar na cidade,

Encantados nas luzes,

Despistando a vontade.

Deram-se as mos,

E os corpos tambm,

A 200 hora

No os vai vencer ningum.

E eu e tu somos iguais.

E pararam o mundo

Numa rua qualquer,

Num abrao sereno

Sem ningum perceber...

E eu e tu somos iguais.



E quando perceberam

Que a noite era s deles,

Mataram desejos

E rolaram beijos

Colados ao corpo,

Perdidos no cho.



Refro



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