Lado A Lado - Mafalda Veiga



H gente que espera de olhar vazio

na chuva, no frio, encostada ao mundo

a quem nada espanta

nenhum gesto

nem raiva ou protesto

nem que o sol se v perdendo l ao

fundo



h restos de amor e de solido

na pele, no cho, na rua inquieta

os dias so iguais j sem saudade

nem vontade

aprendendo a no querer mais do que o

que resta



e a sonhar de olhos abertos

na paragens, nos desertos

a esperar de olhos fechados

sem imagens de outros lados

a sonhar de olhos abertos

sem viagens e regressos

a esperar de olhos fechados

outro dia lado a lado



h gente nas ruas que adormece

que se esquece enquanto a noite vem

gente que aprendeu que nada urge

nada surge

porque os dias so viagens de ningum



a sonhar de olhos abertos

nas paragens, nos desertos

a esperar de olhos fechados

sem imagens de outros lados

a sonhar de olhos abertos

sem viagens e regressos

a esperar de olhos fechados

outro dia lado a lado



aprende-se a calar a dor

a ternura, o rubor

o que sobra de paixo

aprende-se a conter o gesto

a raiva, o protesto

e h um dia em que a alma

nos rebenta nas mos



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