Sem Freios - Cl



Como garranos num prado

como crianas no recreio

sem culpa sem pecado

sem decoro nem asseio



como cometas lustrosos

numa overdose de luz

como dois cristos formosos

juntos e ao vivo na cruz



fomos amantes sem freio

na curva dos dias

derrapando sem receio

na triste curva dos dias



como um poente na praia

em queda livre de Outono

como o danarino da noite

cheio de fumo a de sono



como o sonho adolescente

que embate no mar real

ao ver a paixo ardente

perder-se no areal



fomos amantes sem freio

na curva dos dias

derrapando sem receio

na triste curva dos dias



como o acto teatral

da pea que tudo diz

um Shakespeare total

onde ningum fica infeliz



porque o amor se cansou

acabar ento o preo

s a tragdia bonita

s ela traz outro comeo



fomos amantes sem freio

na curva dos dias

derrapando sem receio

na triste curva dos dias



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